“A Espiã Vermelha” é um longa-metragem britânico de drama e espionagem, sob a direção de Trevor Nunn. O enredo se inspirou na vida real de Melita Norwood, uma espiã britânica que revelou segredos nucleares à União Soviética durante o período da Guerra Fria. O filme é protagonizado por Judi Dench, que dá vida a Joan Stanley na terceira idade, uma senhora meiga que leva uma vida aparentemente normal até que se descobre que, décadas antes, ela foi uma espiã que traiu seu país. Sophie Cookson dá vida à jovem Joan, uma estudante de física notável em Cambridge, que se envolve com um grupo comunista e se apaixona por Leo Galich (Tom Hughes).

O filme se destaca pela profundidade e sutilezas de Joan, interpretada brilhantemente por Sophie Cookson. A personagem é apresentada de maneira complexa, não apenas como uma figura histórica, mas como uma mulher multifacetada, cheia de conflitos internos, aspirações e sacrifícios. Essa abordagem vai além do estereótipo da espiã, permitindo uma conexão emocional com o público, que passa a entender suas motivações e o impacto de suas ações tanto na guerra quanto em sua vida pessoal. A história bem elaborada, junto à performance impecável de Cookson, transforma o filme em uma obra emocionalmente envolvente e historicamente relevante.
O longa “Espiã Vermelha” não se restringe a relatar os acontecimentos históricos de maneira cronológica, mas explora as complexidades da personagem principal, investigando sua vida pessoal, dilemas éticos e as consequências de suas decisões. Joan, uma brilhante cientista, se encontra no cerne de uma das épocas mais turbulentas da história, ao desvendar segredos vitais ligados à criação de armas nucleares. A escolha de compartilhar informações com os soviéticos, impulsionada pelo seu anseio de equilibrar o poder entre as nações, coloca sua fidelidade e a própria existência em perigo.

Espiã Vermelha, além de sua importância no cenário de conflito, aborda questões de identidade e o que representa ser uma mulher em um ambiente majoritariamente masculino. Joan lida com obstáculos não só como espiã, mas também como mulher em um contexto onde suas habilidades são muitas vezes subavaliadas. O trabalho mostra que, mesmo diante das adversidades, ela conseguiu se sobressair e ter um impacto direto nos desfechos da guerra, tornando-se um elemento crucial nos bastidores dos grandes conflitos daquele período.
FICHA TÉCNICA
Título Original: Red Joan
Ano de Lançamento: 2018
Direção: Trevor Nunn
Roteiro: Lindsay Shapero (baseado no livro “Red Joan” de Jennie Rooney)
Gênero: Drama, Biografia, Espionagem
País de Origem: Reino Unido
Duração: 1h 41min
Idioma Original: Inglês
Elenco Principal:
Judi Dench como Joan Stanley (versão idosa)
Sophie Cookson como Joan Stanley (jovem)
Stephen Campbell Moore como Max Davis
Tom Hughes como Leo Galich
Tereza Srbova como Sonya
Trilha Sonora: George Fenton
Fotografia: Zac Nicholson
Montagem: Kristina Hetherington
Produção: David Parfitt, Ivan Mactaggart, Adam Ackland
Estreia Mundial: 13 de setembro de 2018 (Festival Internacional de Cinema de Toronto)
Distribuição: Lionsgate Films (Reino Unido), IFC Films (EUA)
O filme explora temas como lealdade, moralidade e os dilemas enfrentados por aqueles que, durante a Guerra Fria, se viram em meio a conspirações internacionais.