Artes
Exposição de Fernando Coelho na Paulo Darzé Galeria
A Paulo Darzé Galeria, promove a exposição “Malabares”, do artista plástico Fernando Coelho, dia 17 de outubro, às 19 horas, com temporada até 16 de novembro, em sua sede, Rua Chrisipo de Aguiar, Corredor da Vitória.
Foto divulgação: Google
A Paulo Darzé Galeria, promove a exposição “Malabares”, do artista plástico
Fernando Coelho, dia 17 de outubro, às 19 horas, com temporada até 16 de novembro,
em sua sede, Rua Chrisipo de Aguiar, Corredor da Vitória.
Formada por cerca de quarenta obras, em acrílica sobre tela, dimensões variadas,
para o curador e autor do texto do catálogo, Bené Fonteles, “o conjunto de obras desta
exposição sofre da armadilha que o próprio artista criou para si mesmo, instigando sua
imaginação a sempre sobrepor camadas de papéis previamente pintados ou não, a serem
colados, lixados e repintados com outras imagéticas vindas entre o sonho e a realidade.
Durante esse trabalho, há noites de insônia, sonhando em pé diante dessas pinturas, entre
a angústia da dúvida e a incerteza do concluso. Paira sobre a pele densa da
pintura/colagem uma camada de amor e morte de que toda arte verdadeira está envolta na
alegria e luto de viver a vida intensamente sem a sombra do medo. Os espaços pretos
destacam o canto sinfônico das cores e formas que se espalham com a vasta liberdade de
quem já não tem receio de ousar ser um exímio artífice em sua paixão pelo ato visceral
de pintar”.
Fernando Coelho nasceu em Salvador/Bahia, 1939. Desenhista, pintor e escultor.
Em 1961, recebeu o primeiro prêmio em um concurso de cartazes na Bahia, dedicando–
se por algum tempo à publicidade, até que, em 1963, optou exclusiva e definitivamente
pela pintura e pelo desenho. Iniciou nas Artes Plásticas no ano de 1964, quando realizou
sua primeira exposição individual na Galeria Querino em Salvador/Bahia. Durante estes
sessenta anos, nas variadas fases de trabalho, vem realizando nesta trajetória uma obra
através de uma marcante atuação do desenho, para um repertório temático de formas
orgânicas ou as geométricas, num movimento a conduzir planos e formas, paisagens e
figuras, proporcionando a todos descobrirem um trabalho que tem a invenção como
mistério. Sua obra vem sendo vista através de mostras individuais e coletivas, criação de
painéis, e integra o acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo (São Paulo); Museu
de Arte Moderna da Bahia (Salvador); Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará
(Fortaleza); Museu de Arte Moderna do Rio Grande do Sul (Porto Alegre).
A mostra fica aberta público na Paulo Darzé Galeria até o dia 16 de novembro, de
segunda a sexta, das 9 às 19 horas, e sábados das 9 às 13 horas. A Paulo Darzé Galeria
fica na Rua Chrysippo de Aguiar 8, Corredor da Vitória, (tel.: (71) 3267.0930; 9918.6205
www.paulodarzegaleria.com.br
Trechos do Texto de Bené Fonteles para o catálogo da mostra
“O artista abandonou em 1975 as certezas de sua pintura consagrada e fez uma
histórica exposição no Museu de Arte Moderna da Bahia – da qual fiz a curadoria – e
pintou o que pode ser o fundamento da obra atual, “O menino que sonhava colorido”,
como um equilibrista visitando a incerteza. Quase malabares! A mostra atual conta de
trabalhos realizados no período 1920 e 2024, concluindo um ciclo de criação como uma
série de quase uma década que ele chama de “Malabares”, e é sobre a habilidade de lidar
com situações-limite ‒ como os artistas de rua e em trânsito pela realidade ‒ no extremo
desafio e insegurança em que a incerteza e a instabilidade medram e são também
instrumentos leais a um pintor que se desafia, como Fernando”.
“É precisamente nesse natural liberdade, tão cara ao artista, que está a sua busca
formal, com sua essencial força expressiva e filosófica que o move a fazer arte há mais
de 50 anos. Tudo com uma sinceridade visceral a serviço da emoção que não só
desconstrói certezas, mas, acima de tudo, reaviva os sentidos carentes de uma educação
da percepção e da sensibilidade que nos põe, a partir de suas pinturas, em pleno avesso
poético/estético. Fernando nos desacomoda dentro de seus cenários/pinturas, nos dá
direito a desconfigurar e recompor a rasa realidade. Em cada obra, monta e remonta sua
própria história enquanto transforma e propõe à história da arte no país uma outra
narrativa, não apenas estética. Vibra uma poesis mais que original, digna dos mais
singulares artistas que tiveram a coragem de se reinventar ao adotar outros princípios”.
“Ao partir da colagem de seus recortes abstratos, Fernando os cola à tela para saber
do efeito mutante, mas, se não os incorpora, os pinta e repinta dando à tela quase uma
pele sensorial e tridimensional na novidade vasta da colagem/pintura. Esta, de tão íntima
e transversal no jogo lúdico, expõe texturas e formas amalgamadas, põe seus malabares
conceituais à beira do mais belo abismo que já é a vida com o aval da arte. A pintura é a
principal discussão, mas nunca discurso. Com sutilezas poéticas e liberdades cromáticas
inusitadas, Fernando faz da metáfora “malabares” a sua liberdade antiga na habilidade de
saber lidar com a técnica a favor da ousadia no labor artesanal suado na caverna-ateliê
onde ele, como um xamã/artista, experimenta e ama o prazer da pintura na arte/vida com
as quais é um só”.
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